terça-feira, 29 de março de 2011

17 MINUTOS ANTES DE VOCÊ

 01 de abril, 20h, Teatro Municipal João Paulo II. R$3,00 (meia) / R$6,00 (inteira).

http://www.youtube.com/watch?v=-jImVcx3EXY&feature=player_embedded

domingo, 6 de março de 2011

AUSÊNCIA

Hoje não sei de mim
um vendaval passou e arrastou minha bússola
trafego veredas sem sentido
tenho os olhos cegos da ventania
e os pés inchados de não saber onde ir
e os braços em hélice
rodopiando à procura de alvo
nem coração tenho
um ciclone o carregou
mesmo palavras me faltam
na boca apenas um sabor amargo
ruminando o gosto do ontem

 (Vitorino Rodrigues, Teresina 04 de março de 2011)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

IRMÃS DE SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS

Ainda é muito comum as pessoas se referirem ao infantil "O diário da bruxa" como "Dona Bruxa". Mas qualquer semelhança entre a bruxa Furdúncia de "O diário da bruxa" e a Dona Bruxa de "Dona Bruxa Faz a Festa" é (são) mera(s) coincidência(s): o mesmo ator dar vida às duas velhotas (Vitorino Rodrigues); e as duas estão fadadas ao estrelato.
Se foi assim com a Dona Bruxa, que sacudiu a cena teatral (notadamente no que se refere ao teatro infantil), a Bruxa Furdúncia não deixará por menos. Em apenas 8 (oito) apresentações desde a sua estreia em outubro de 2010, o espetáculo já provou que tem fôlego, carisma e muita competência pra se firmar entre os grandes espetáculos infantis da cidade. É ver para crer.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

TEATRO INFANTIL

Bombou. Ontem pude sentir de volta o gostinho de trabalhar para um público tão especial. Crianças e pais se enfileiraram pelo pátio do Teatro Municipal João Paulo II, ontem 13/fev, para ver teatro. Teatro infantil. De qualidade. É muito prazeroso escrever mais um capítulo desta história. Foi assim com o infantil "Dona Bruxa Faz a Festa", do Grupo Alla Teatro & Dança (quem acompanhou a saga da Dona Bruxa e sua trupe sabe do que estou falando), será também com esta não menos abusada bruxa - Furdúncia, de "O diário da bruxa", com o Grupo Proposta de Teatro. E que venham outras! Crianças e pais, certamente, agradecerão.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CARTA ABERTA PARA TERESINA (Vitorino Rodrigues)


CARTA ABERTA PARA TERESINA*


Sabe, Teresina. Quero te confidenciar uma coisa: em outros tempos cantei muito tua história, teus heróis, teus mitos. Mas hoje não. Olhando cada face, cada rua aqui, cada rio, cada praça ali, encho-me de uma certeza inevitável: tua carne é urdida de fibra, sangue e suor de cada ser teu, que te recebe e te abraça a cada romper de um novo dia.
A cidade se revela fazendo brotar de todos que te teresinam o orgulho e o respeito de sermos nós sendo cada traço desta tela que colorimos. E nesta trilha aberta, onde esbarro na face multifacetada desta cidade, enquanto firmo o olhar no horizonte que se figura no fim sem-fim da estrada, deixo-me arejar pelo coqueiro que enamora a bela carnaúba que faz cera relutante em se entregar à boca da noite.
Ainda conservas em ti a candura das palavras eternas. Nas crenças, nas lendas, na fé. Tradições que se mantém vivas; na madeira e no barro que se fazem história na mão do homem que os eterniza em seu suor – sala de visita aberta para o mundo.
Como esquecer-te? Teus domingos de sol na coroa do Parnaíba. Dançar um forró agarradinho e depois cair nos braços da morena, que faceira, espicha olhar do jovem cabeça-de-cuia, que sai do seu mundo pra assustar moças donzelas em noite de lua cheia.
E quando a noite desce seu manto... moça namoradeira, num se pode acreditar!, acende a luz no coração do bêbado incrédulo, desafiante das madrugadas famintas de amor. Histórias de assombrar. Crianças que caem em sonho profundo, que boi vem pegar... Laços de fita, tramas do amar. Ah! As tertúlias do Clube dos Diários, belos bailes, alegrias de Momo, noites de nunca mais...! E nas palavras do poeta e no lábio doce da menina, existirmos... a que será que se destina?
Teresinar: cantando tua vida – criatividade, inventividade, força e arte do teu povo. Perceber, na mão que trança as folhas do abano, o agito do leque nas tardes quentes; que o suor do homem simples que labuta  cada esquina tua, fertiliza esta terra prenhe de histórias e vidas que se misturam no vaivém da metrópole; que o rio que encalha a produção, escoa sonhos e delírios na mente imaginativa do poeta. Reconhecer em cada rosto que passa, cada palavra cantada em verso e prosa, em riso e lágrimas de concreto armado, o futuro de uma história que segue sua trilha sem perder de vista os passos que o tempo deixa cravados em cada um de nós.



*Texto escrito para o espetáculo “Eu Teresino”, comemorativo dos 153 anos de aniversário de Teresina, em 2005.

QUASE UM CONTO (Vitorino Rodrigues)


   
Tanto rio. Água de beber mesmo não. Lágrimas que se espalham margem a fora. Soluços que vazam dos telhados. Vidas que boiam à deriva num dia de nunca mais. Olhares que se perdem vagando uma correnteza que não vaga. Que destrói sonhos, alimenta angústias.
Margem de rio. Silêncios. Som de água serpenteando dores, cerceando esperanças. Lamento de nunca ter que tragar agonia conhecida de outros temporais.
Remanso. Revoada de garranchos, fiapos de sonhos, memórias, saudade, tempo de viver, reviver. Reescrever a mesma história. Águas de março se abrindo em maior junhoral. Imagens que vem e vão e vem.
Diz-que Deus, diz-que dá, diz-que Deus dará.
Eu vou duvidar, ô nega !
Outra margem. Rio outro. Que não corre, atravancado, empilhado, soterrado, vedado. Mas sabe colher bons frutos em noites de temporal.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

TUM TUM TUM... QUEM BATE?



Crianças do Grande Dirceu arregalaram bem os olhos, fecharam e abriram novamente. Não acreditavam: Uma bruxa? Um príncipe? Uma fada? Que brincadeira seria aquela?
Não era brincadeira. Era trabalho e sério. Os atores Vitorino Rodrigues (Bruxa Furdúncia), José Dantas (Príncipe Calderon) e Giselle Morais (Fada Esperança) visitamos crianças e adultos numa performance de divulgação do infantil “O diário da Bruxa” nesta quinta e sexta feiras em escolas públicas e particulares da região.
Foi encantador o brilho de cada olhar atento à fada e ao príncipe, o sorriso maroto em cada rostinho ao se deliciarem com as trapalhadas da bruxa. Foi mágico! Desde quando fiz o infantil “Dona Bruxa Faz a Festa” não tinha vivido experiência tão gratificante. Aliás, não só nas escolas, mas também ao final de cada espetáculo que tenho feito na temporada de férias no Teatro Municipal João Paulo II (desde 27/jan). Voltei no tempo. E foi muito bom. O teatro infantil realmente é algo que muito mexe comigo e este corpo a corpo, este encontro personagem / público é de uma riqueza ímpar.